quinta-feira, 14 de maio de 2009

Europa aleg(O)ria

Gnomos no sonho de obeliscos
nas antenas Eiffel de Paris
olhar no Sena
corcunda na ponte de Neptuno.

Notre Dame dos segredos
flutua nas brisas do vento norte
levita sopra invisível
na praça áurea de Bruxelas;
"necessidades" de um menino
na praia D calma e deserta.

Dunquerque atrapalha Calais
onde surge
o túnel união de cocos
águas de Tamisa sirenes Big Ben
nos aromas etéreos de Versailles
onde se passeiam ninfas
nas quatorze sinfonias
de um "poéte Antoinette".

Desce a chama da estátua
na rapsódia azul de Gershwin
sobem fumos no castelo da àguia
liberdade sem suástica.

Cria-se estima
na marquesa de "pera"
na capital dezanove
século judeu de Viena.
Betellheim explica o lobo
à solta
nos bosques de Bolonha
o sorriso ingénuo de criança
e
sem siso
há um índio aflito
alter ego de Voltaire
nas correntes da Bastilha.

Quando se ergue a noite
surge o sonho e a poesia
a (in)sensata terapia
sem medidas
réguas tortas cambalhotas
parece loucura
mas cura.