sábado, 13 de junho de 2009

Sempre a luz

Porque murcham as flores
e os verdes do jardim?
Será do Sol de brasa
da noite, da Lua
da água mole
da pedra dura?

Logo passa
logo volta a andorinha
a estação e o jardim.
Na nossa mãe natureza
só há meios
nunca fim.

Nem sempre o dia se levanta
de amarelos vestido
nem sempre as nuvens
nem sempre o frio.
Sempre existe mudança
a lonjura que aproxima
a seguir à noite escura
sempre a luz
de um novo dia.

Sou de vidro

Meus amigos sou de vidro
Sou de vidro escurecido
Encubro a luz que me habita
Não por ser feia ou bonita
Mas por ter assim nascido
Sou de vidro escurecido
Mas por ter assim nascido
Não me atinjam não me toquem
Meus amigos sou de vidro

Sou de vidro escurecido
Tenho fumo por vestido
E um cinto de escuridão
Mas trago a transparência
Envolvida no que digo
Meus amigos sou de vidro
Por isso não me maltratem
Não me quebrem não me partam
Sou de vidro escurecido

Tenho fumo por vestido
Mas por assim ter nascido
Não por ser feia ou bonita
Envolvida no que digo
Encubro a luz que me habita

Vale a pena ouvir este poema na voz de Clara Ghimel "Entre mares"