sexta-feira, 6 de novembro de 2009

De que forma te mato hoje?
Se não me enojasse o sangue,
já te teria aberto a cabeça em buraco de bala,
uma faca, quem se rala...


A cama o copo
a escova de dentes
dou-te a escova
não tens dentes

Vomitaste-me o veneno
Nem te caiu um cabelo

As bolas de sabão que não vês
eram bocados leves de seres
mas doi-te a gravidade

Nem uma lesão no empurrão
Abro o gás e foges num zás

Caí Caim
fui com as bolas de sabão
bolas que voam sem asas
Mato-me hoje, isso não te posso dar



Trabalho de grupo II
(Ana e Joana)

A oferenda de Caim

Deus Meu todo guloso!
A gula é pecado

Não gostas da salada, já se sabe
Pões de lado o puré e o feijão
E só comes o frade

Estás GORDO, meu Deus!

Um GORDO todo guloso
Não te ensinou teu pai que a gula é pecado?
Santa a tua mãe de te aturar tanto capricho...

Ai, meu Deus...
Não te bastou o bezerro
E queres de Abel as tenras nádegas

limpas
cortadas
apimentadas

Matei-o já! Meu Deus
Aqui tens o meu irmão

Abel marinado
Limão na boca e mal assado

Comaperna
Sugalhosso
Trincalholho
Roipescoço
As nádegas de boca cheia
Menhã, menhã até de manhã

Limpa a boca e coça o papo

E meu Deus, por favor!
Tira ao Chefe o chapéu
Agradece e diz
Adeus
Não tens mais de cozinhar
Parte para Leste
E dá a Buda teus vegetais

Eu te agradeço, meu Deus!

(Ana Janeiro)