sábado, 24 de abril de 2010

Não temas
Não temas que esse medo também é meu

Tremem os joelhos e os ventrículos marcham rápido no breu

Não sinto os dedos nesta parestesia de dor
Não sinto o espaço
Pára o tempo em mim numa paralisia de ausência

Não temas
Não temas que este meu medo é um ladrão de medos

Rouba os medos alheios num egoísmo isolado a preto e branco

Não temas
Não temas que o medo de tudo te priva
do beijo e da queda

Resta-te o nada que te embrulha e preenche

Não temas
Não temas que esse teu medo também é meu.