
Boticelli " Alegoria da Primavera"
as árvores são singulares sem exclusão alguma
folhas, flores e frutos
como as últimas tangerinas num jardim adormecido
como as camélias rubras resistindo à chuva
como as primeiras folhas da glícínia
anunciando aromas, subindo das raízes e atingindo a luz
na primavera por chegar –
os silêncios do Inverno falam dentro de nós
propagam o som de muitas palavras nas abóbadas da catedral
nas múltiplas cores dos vitrais, no imaginário das imagens
que crescem, crescem, crescem
para se transformarem em pó
e nascerem de novo
como atitude natural –
os jardins adormecidos podem acordar –
josé ferreira 15 fevereiro 2014